70% dos pacientes que fumam afirmam que gostaria de parar de fumar
mais apenas 7.9% conseguem fazer isso sem ajuda.
o uso do tabaco na forma de cigarro é um fenômeno moderno.
mais ou menos 3 milhões de norte-americanos abandonam o tabagismo.
A queima do tabaco gera, além da nicotina e do monóxido de carbono, mais de 4.000 compostos químicos. Na fumaça gerada, a maior parte das partículas apresenta tamanho que favorece a sua deposição nos pulmões, permitindo a elas exercerem seu efeito tóxico e carcinogênico. A nicotina é o principal componente do tabaco e, como sabemos, é a responsável pelo desenvolvimento da dependência, de forma que os fumantes vão regulando o número e a freqüência de cigarros para satisfazer a dependência e evitar a abstinência.
1) Sistema Respiratório
O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento da chamada "doença pulmonar obstrutiva crônica" (DPOC), representada por duas apresentações: o enfisema pulmonar e a bronquite crônica. A DPOC é uma doença progressiva, irreversível, que afeta de maneira importante a qualidade de vida do paciente. Ela compromete a capacidade de exercer atividades físicas e, em estádios avançados, faz com que o paciente tenha dificuldade até mesmo para comer e tomar banho; nessa fase, o paciente pode necessitar passar a maior parte do dia conectado a um balão de oxigênio. Embora o dano pulmonar seja irreversível, a cessação do tabagismo faz com que a queda na função do pulmão (acontecimento normal com o envelhecimento) fique mais lenta. a cessação do tabagismo favorece também doenças das vias aéreas superiores, como a rinite alérgica.
2) Sistema Cardiovascular
O tabagismo aumenta o risco de doença arterial coronariana (angina, infarto do miocárdio) em aproximadamente três vezes, sendo que a interrupção do uso reduz rapidamente esse risco (à metade em um ano, e continua caindo com o passar do tempo). Vale lembrar que o aumento do risco é maior quanto maior o número de outros fatores de risco que o indivíduo apresente. O uso do tabaco pode ser responsável por até 90% das doenças vasculares periféricas, nos pacientes não-diabéticos. Aumenta também o risco de derrame cerebral. Após 15 anos da cessação do tabagismo, o risco de infarto é semelhante ao das pessoas que nunca fumaram.
3) Câncer
O tabagismo é responsável por quase 90% dos casos de câncer de pulmão, e a interrupção do tabagismo reduz o risco desse câncer já após 5 anos, embora os ex-fumantes ainda mantenham um risco maior do que quem nunca fumou. Outros cânceres cujo risco aumenta com o tabagismo são: câncer da cavidade oral; câncer de esôfago; câncer de bexiga; câncer de estômago; câncer de pâncreas; câncer de laringe; câncer de colo uterino; câncer de rim. Alguns estudos sugerem que o cigarro também aumenta o risco de câncer de intestino grosso e de mama.
4) Gravidez
A gravidez apresentam risco aumentado em mulheres fumantes, como: ruptura prematura das membranas; descolamento de placenta; placenta prévia; abortamento espontâneo (pequeno aumento no risco), baixo peso do recém nascido, prematuridade, maior risco de morte após o nascimento e durante o parto, complicações respiratórias após o nascimento e até mesmo atraso de desenvolvimento nos primeiros anos de vida. Há aumento do risco da síndrome de morte súbita do lactente.
5) Outras Doenças
Como parar de fumar? Os consensos atuais afirmam que o tratamento para interrupção do tabagismo é efetivo, e que deve ser oferecido a todos os tabagistas por ocasião da consulta médica. Assim, torna-se importante questionar todos os pacientes sobre o hábito de fumar. Neste questionário de 4 perguntas, considera-se que existe dependência quando há resposta positiva a duas das seguintes perguntas: 1. Você alguma vez já tentou ou já sentiu necessidade de parar de fumar? 2. Alguma vez você já se sentiu incomodado com as pessoas o aconselhando a parar de fumar? 3. Alguma vez você já se sentiu culpado por fumar? 4. Você costuma fumar na primeira meia hora após ter acordado? Outra opção interessante de questionário é o Fagerström abreviado, cujas respostas montam um escore onde 5 a 6 pontos representam dependência pesada da nicotina, 3 a 4 pontos representam dependência moderada e 0 a 2 pontos representam dependência leve. Perguntas: Você fuma o seu primeiro cigarro: ( ) Menos de 5 minutos após acordar (3 pontos) ( ) 5 a 30 minutos após acordar (2 pontos) ( ) 31 a 60 minutos após acordar (1 ponto) Quantos cigarros você fuma por dia? ( ) mais de 30 cigarros (3 pontos) ( ) 21 a 30 cigarros (2 pontos) ( ) 11 a 20 cigarros (1 ponto) A bupropiona(Zyban ®) também pode ser usada, e reduz a compulsão do paciente pelo cigarro, aumentando sua capacidade de se abster de fumar. O uso deve começar 2 semanas antes da data prevista para interrupção, e deve persistir por 8 a 12 semanas após esta data.
Conclusão
A maioria dos pacientes sofre recaída nos primeiros 6 a 12 meses após a tentativa de interrupção. Quando isto ocorre, o paciente deve ser encorajado a tentar novamente.
Estudos têm demonstrado que o uso da bupropiona (Zyban ®) resulta em 30% de abstinência em 12 meses, contra 16% de abstinência com o uso isolado da nicotina. O uso combinado da nicotina e da bupropiona tem se mostrado mais eficaz do que os dois tratamentos isolados. A terapia comportamental, o apoio do grupo e a persistência do médico e do paciente são essenciais ao sucesso do tratamento.
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domingo, 22 de abril de 2012
O que fazer para parar de fumar?
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